segunda-feira, 14 de abril de 2008

Escrita ‘patoteiforme’: coisas de uma adolescente da década de 80






Agora em outubro, no mês das crianças, o nosso site está mais do que especial. É mês das crianças e euzinha passei a infância ou, como gostávamos de dizer na época, a pré-adolescência nos anos 80. Nada melhor, então, do que juntar as historinhas e fazer você rir um pouco. Tenho certeza de que, em alguma das situações abaixo, a identificação comigo será inevitável.

Lá pelos meus 11 anos, já na 5ª série (hoje eu não sei ao que corresponde), eu fazia parte de um grupinho, uma espécie de “Clube da Calcinha infantil”. Chamava-se Patota. Éramos cinco garotas, quase irmãs siamesas: a Pri, a Roberta, a Renata (vizinha da Roberta), a Paty e eu. Nós fazíamos tudo juntas, tínhamos as mesmas roupas, os mesmos papéis de carta, os álbuns do “Amar é...” e do “Fofura” (aqueles cujas figurinhas eram brilhantes, lembra?), afinal, para estar inserida no grupo, a gente não podia ter personalidade, certo?

No geral, elas eram as minhas únicas amigas, porque eu era uma criança meio alface (outro dia, explico o que isso quer dizer). Eu admirava os olhos azuis e o belo sorriso da Rô, mas meu espelho era mesmo a Pri (porque criança não tem nome, tem sílaba, né?). Ela sempre foi a mais inteligente, tirava as melhores notas e eu queria, porque queria, ter a letra igual à dela. Somos amigas até hoje e ela é uma advogada brilhante.

A Patota era tão unida e tão “secreta” que tínhamos até um código: a escrita patoteiforme. Era assim: cada letra do alfabeto correspondia a um símbolo inventado por nós, e cada uma tinha uma tabela pra poder decodificar o que a outra havia escrito. E assim aguçávamos a curiosidade de muita gente...

Um belo dia, eis que surge o maior fenômeno da época, o Menudo. Atire a primeira pedra quem nunca cantou ou chorou com “If you not here” ou dançou ao ritmo a-lu-ci-nan-te de “Não se reprima”??? Era uma febre, ou melhor, hoje, acredito que era mais uma virose, mas tudo bem, foi divertido!

Bom, eles também eram cinco: Robby, Roy, Ray, Charlie e Riquinho. As minhas quatro amigas eram apaixonaaaaadas cada uma por um Menudo, e eu gostava de todo mundo e de ninguém ao mesmo tempo. Começou aí o meu tormento: não era gamada por apenas um único Menudo, mas por todos. Que problemão!

As crianças daquela época ou, pelo menos, esse grupo tinha um hábito que eu considero muito legal: gostávamos muito de escrever (acho que já deu pra ver, né?), inventar, criar historinhas para, depois, nos reunirmos, na casa de uma das patotas, com comidinhas e refrigerante. Sentadas no chão da garagem, líamos, umas para as outras, aventuras mais “ardentes” do que aquela bala de canela que o tio Afonso vendia na cantina.

Foi em um dia de prova que surgiu, sei lá de quem, a idéia de escrevermos algo sobre nós e eles (Menudos), cada qual com seu respectivo amor. Mas eu não tinha um, gente! Nesse caso, as meninas foram bem práticas e nada democráticas: “Você fica com o Riquinho! Ele não tem par nenhum, é novinho, baixinho e pequenininho como você”. Entre “muxoxos”, mas sem reclamações, só me sobrou o Riquinho mesmo.

Muitos e muitos anos depois - e como Deus é muito justo! -, o tal Riquinho que ninguém queria virou ninguém mais, ninguém menos que... Rick Martinnnnn. Ele mesmo: “um, dois, três, Maria!”.




Um comentário:

  1. Dei minhas risadas aqui! pior que era assim mesmo, muita saudade dessa epoca, bricar, colecionar, ter amigos de verdade, alimentar os sonhos a inoscencia que não se ver mas..haha

    Que sorte sua ter ficado com O Ricky, eu sempre fui apaixonado por um e sou fiel até hoje, nãos ei das sua amigas que ficou com ele, mas gostaria de convidar e sua amiga que, obviamente o escolheu para conhecer o novo trabalha dele e comprovar que le esta como vinho! comunidade do orkut..seu novo nome é Draco.
    http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=25372409

    ResponderExcluir